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Usos e costumes alemães de Ano Novo |
sábado, dezembro 30, 2006 |
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Fogos de artifício, carne de porco ou carpa, ferraduras, trevos de quatro folhas e o limpador de chaminés fazem parte dos usos e costumes mais tradicionais do Ano Novo alemão.
A maioria dos costumes de Ano Novo na Alemanha vem de rituais germânicos e da Roma antiga. Beber, comer e festejar sempre fazem parte de uma festa alemã de réveillon, seja em família, ao ar livre ou num baile social. Na passagem de ano também é tradicional o badalar dos sinos. Especialmente nesta ocasião, pode-se ouvir o "Dicke Peter", o maior sino do campanário da Catedral de Colônia. Os fogos de artifício, para espantar os maus espíritos com muito barulho e receber o Ano Novo com muitas luzes, são um costume praticado nas ruas e parques de todo o país, seja em família ou entre vizinhos. Como não poderia deixar de ser no país das regulamentações, os fogos têm hora para começar e para terminar. Antigamente, eram usados guizos e chicotes para fazer barulho. Na Idade Média, os maus espíritos eram afastados com sinos, tambores e trombetas. Mais tarde, com o descobrimento da pólvora, o barulho passou a ser feito também através de tiros de morteiro e de espingarda. Esta tradição ainda é seguida no norte da Alemanha, para que as árvores tragam bons frutos no ano que se inicia. Um costume em extinção é o do derretimento de chumbo para adivinhar o futuro. Ele consiste em derreter o metal e deixar cair pequenas porções dele numa bacia com água. A partir da figura formada pelo metal solidificado, há os que tentam adivinhar o que irá acontecer no ano que começa. Simbologia dos alimentos A grande variedade de pratos típicos servidos no final do ano está relacionada diretamente às superstições e crendices. Quando se deseja abundância e fertilidade no ano que se aproxima, deixa-se na mesa até o dia seguinte os restos da ceia de Ano Novo
 Bildunterschrift: Tintim!
Na lista de pratos típicos para a ocasião, aparecem as sopas de lentilhas, de ervilhas, de feijão de vagem ou até mesmo de cenoura. Segundo a crença popular, isto traz bênçãos e riqueza. Ou ainda chucrute com costelinhas de porco. Mas este prato só dá sorte se, antes de comer, a pessoa expressar o desejo de no ano seguinte dispor de tantos bens e dinheiro quantos fios de repolho estão na panela. Enquanto as aves estão banidas do cardápio de réveillon, pois podem voar com nossa sorte pela janela, as tradicionais vítimas são o peixe ─ mais precisamente a carpa, preparada de diversas maneiras ─ e o porco, um importante símbolo de sorte na Alemanha. Por ser um alimento raro antigamente, a carpa tornou-se objeto de uma crendice: para ganhar dinheiro no ano seguinte, deve-se guardar na carteira uma escama do peixe comido na ceia. Ou então espalhar suas escamas pela casa. Mas ele só trará sorte se permanecer ali todo o ano seguinte. Já as famílias mais modernas costumam servir raclete ou fondue na noite de Ano Novo. Também na Alemanha, são confeccionados pães e bolos para presentear no final de ano. Quando oferecidos a alguém, representam o desejo de fartura, saúde e sorte. Geralmente, trata-se de receitas comuns, de pães, bolos ou biscoitos, só que a massa recebe uma forma especial. Seja trançado ou em círculo, o produto final representa união e infinidade.
 Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrif Porquinhos da sorte com o desejo de boa passagem de ano (Guten Rutsch!)
Símbolos da sorteQuem oferece ao anfitrião da festa de réveillon um porquinho de marzipã ou um vasinho com trevos de quatro folhas, lança mão de símbolos seculares, que representam desejos de sorte e fartura. Vejamos por quê: Porco ─ Porquinhos da sorte modernos são cor-de-rosa e de marzipã. Há muitos séculos, este animal era venerado como sagrado. Entre os germanos, o porco era símbolo de fertilidade e sinal de riqueza. Possuir um porco, significava em tempos passados estar bem abastecido. Limpador de chaminé ─ Na Alemanha é sinal de sorte encontrar na rua um limpador de chaminés, com suas roupas pretas e seu chapéu típico. A profissão é associada com a chaminé, o elo de ligação entre dois mundos: o céu e a terra. É seu trabalho limpar as impurezas, abrindo caminho ao ar puro. Esta limpeza tinha uma profunda importância antigamente, quando o fogo podia se alastrar rapidamente e destruir uma cidade inteira em pouco tempo. Trevo de quatro folhas ─ Sinal de sorte pela sua raridade. Outros tentam justificar o símbolo com a associação à cruz de Cristo. Ou ainda a cruz celta, usada para a proteção dos druidas. Pode também representar os quatro pontos cardeais ou a ligação entre os quatro elementos essenciais. Ferradura ─ Antigamente era um objeto de muito valor. Serve tradicionalmente para proteger as propriedades da invasão por estranhos. Todavia, a abertura tem de apontar para cima, para abocanhar a sorte que cair nela. Outra credice reza justamente o contrário: colocada com a abertura para baixo, representa a letra ômega, do alfabeto grego, símbolo de sorte. Cogumelo vermelho de pintinhas brancas ─ Embora impróprio para o consumo, era considerado sagrado pelos povos germânicos. Joaninha ─ seu nome, Marienkäfer, em alemão, tem origem no nome da mãe de Jesus. Segundo a crença popular, ele é ao mesmo tempo mensageiro divino, protetor das crianças e curador dos doentes. Nunca se pode espantá-lo e muito menos matá-lo, pois dá azar. Fênigue ─ antes do advento do euro, a centésima parte de um marco alemão era guardada com carinho pelos alemães, por ser símbolo de sorte. Já os antigos romanos presenteavam os deuses com moedas na passagem do ano. |
posted by iSygrun Woelundr @ 9:43 AM   |
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O último reino, de Bernard Cornwell, critica pelo prof JOHNNI LANGER |
terça-feira, dezembro 26, 2006 |
 O último reino, de Bernard Cornwell. Primeiro volume da trilogia Crônicas Saxônicas. São Paulo: Editora Record, 2006. 362p. A tradição literária de reconstituir episódios sobre os nórdicos medievais provém do Oitocentos. Fridegard, Bengtsson, entre outros escritores, brindaram seus leitores com romances memoráveis, popularizando os Vikings por toda a Europa. Desta vez, é o autor britânico Bernard Cornwell que concede aos leitores brasileiros um excepcional romance histórico. Tratando da presença Viking (mais especificamente dinamarquesa) na Inglaterra anglo-saxônica do século IX, o autor criou uma obra com uma narrativa empolgante que consegue unificar o resultado das mais recentes pesquisas acadêmicas/historiográficas com a ficção literária. O protagonista do romance, o ficcional Uhtred, envolve-se na trama com personagens históricos como o rei Alfredo, o Grande, os filhos de Ragnar Lodbrok, entre outros, mesclando uma reconstituição histórica formidável com um denso texto literário, mas ao mesmo tempo prazeroso e com momentos de humor. Cornwell mostra-se conhecedor de uma recente historiografia que desconstruiu inúmeros estereótipos sobre os Vikings (como a os capacetes com chifres, o comportamento dos berserkers, o ritual da águia de sangue como uma invenção literária cristã, p. 359-360), como também do cotidiano, sociedade, estrutura familiar, política e econômica tanto dos anglo-saxões quanto dos escandinavos do século IX. As informações no romance sobre a religiosidade paganista são excepcionais, um dos pontos altos da obra, como também os dados sobre alimentação, equipamentos de guerra, descrições de batalhas, estrutura urbana e geográfica. O autor teve uma grande preocupação com toponímia e lingüística, concedendo ao leitor todos os seus critérios para estes dados, além de suas principais fontes primárias e bibliográficas, como a Crônica anglo-saxã e o arqueólogo James Graham-Campbell (p. 11-13, 359-362).
Pontos errados no romance: - Uso de pingente de martelo do deus Thor no século IX, p. 52 e em diante. Não há evidências disso antes do final do século X. Parece que esta prática foi uma resposta pagã ao uso de crucifixos. - Os Svear como dinamarqueses, p. 68. Errado, os Svear moravam no centro-leste da Suécia, quem habitava o sul da Suécia na época em que esta região era controlada por dinamarqueses eram os Gotar. - Ragnar, Uhtred, choram em várias ocasiões. Considero isso um anacronismo, visto que fontes árabes, latinas e escandinavas atentavam que o choro era vergonhoso para um guerreiro Viking, sendo uma função social da mulher. - Virgindade para o casamento, p. 213. Anacronismo, a virgindade não era obrigação para uma mulher nórdica quando casava, isso é estrutura cristã. - "Quando o mundo foi feito por Tor a partir da carcaça de Ymir", p. 284. Grave, erro grave. Todo mundo sabe que foi Odin. Mas aqui fica a dúvida: esses dois deuses são citados na obra inteira. Não teria sido um descuido do tradutor? Uma obra com qualidade de pesquisa e profundo conhecimento de mitologia e religião, creio que o autor não iria cometer uma gafe dessas... - A filha de Ragnar escolhe com quem quer casar e o pai consente. Erro, tanto entre as sociedades pagãs quanto cristãs eram as famílias que escolhiam os parceiros, no segundo caso até para os filhos (isso até o fim da Idade Média). Abraços, Johnni. JOHNNI LANGER |
posted by iSygrun Woelundr @ 6:03 PM   |
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